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PAULO SORIANO escreveu:Amigos:
Antes de nos deixar, Henry me pediu que fizesse uma resenha para o livro "Um salto na escuridão".
Confesso aos amigos que - embora tivesse o livro nas mãos - não sabia por onde começar.
A dificuldade era imensa e partia de duas fontes bem definidas.
A primeira dificuladade residia em mim mesmo. Escritor amador de terror, jamais fiz uma resenha na vida. Se eu fosse jornalista, ou crítico literário, certamente amargaria um arrependimento profundo. Simplesmente, sou péssimo nessas coisas.
A segunda dificuldade era maior ainda: devassar e retransmitir, em poucas palavras, a grandeza da obra de um escritor fenomenal. Confesso que parei a leitura da obra de Henry várias vezes, somente para respirar, e me indagar: "como é que Henry pode escrever isso? Como ele consegue? Como ele pode ser tão bom?" Assim - e cheio de orgulho por ter um amigo tão talentoso -, eu temia que o meu intelecto não estivesse à altura de sua obra, e que minha pena indigente ofuscasse tão grande esplendor. Tudo, menos obnublar a obra de meu gande amigo!
Apesar do medo, e de muita hesitação - ciente da enorme responsabilidade que carregava nos ombros - finalmente venci a inércia e me pus a escrever. Só não sabia que as minhas palavras - absolutamente sinceras, conquanto toscas - jamais seriam lidas por Henry. Cheguei a resenhar mais da metade do livro. E mandei, para ele, um e-mail, dando-lhe notícias dos meus progressos, para saber se estava no caminho certo.
Foi o último e-mail que mandei para ele. Como o destinatário não recebeu, estou autorizado a divulgá-lo aos amigos:


Henry, irmão.
Ando muito angustiado.
Realmente, você é tão genial que não deixa muito espaço para uma resenha.
Já lhe falei sobre as minhas dificuldades em traduzi-lo.
De toda forma, pergunto se ando mal ao começar assim:

Quando o dia entenebrece, quando sangra o horizonte rasgado pelo vento cálido, e as copas das árvores altaneiras dançam silenciosamente o fulgor escarlate, que anuncia a chegada das trevas abissais, toda a floresta se recolhe num súbito e mudo embrutecimento. Tudo se cala. Tudo se paralisa. Um clima de angustiante expectativa subjuga a melancolia que o ocaso sói transpirar. Há o prenúncio de que algo de terrível há de se esgueirar sob a hedionda tessitura duma miríade de galhos e cipós retorcidos. Finalmente, quando a treva exerce a sua absoluta suserania, elava-se das entranhas da mata cerrada um clangor absurdo, que se não sabe se humano ou animal, e toda expectativa é sepultada pelo medo palpável, pelo horror pungente, denso e penetrante, da contextura de uma neblina negra e atroz.
Teriam os horrores silenciosos, que se escondem sob a densidade indevassável da floresta amazônica, induzido um espírito taciturno, e especialmente inteligente, a perscrutar o mundo com singular argúcia, e nele vislumbrar pavores outros, invisíveis aos olhos das pessoas comuns? E, em seguida, a incutir, com a pena de um grande mestre, e a tinta carregada de horrores, no espírito do leitor, o medo em seu aspecto mais substancial?
É bem possível que sim. Pois o que permeia a obra do escritor acriano Henry Evaristo é, sobretudo, o prenúncio do horror. É o presságio do terrível. Henry sabe muito bem que é justamente no limiar de um fato especialmente tenebroso que reside o medo. E explora este momento que antecipa o fatídico com maestria inigualável. Ninguém melhor que Henry sabe fazê-lo, resida ou não a causa dos temores em fatores sobrenaturais.

Por aí sigo.

Amigo, se não estiver legal, me diga.
Já escrevi e reescrevi muito da resenha, sem chegar a lugar nenhum.
Acho que a sua obra é maior que as minhas possibilidades.
Mas, gostaria de você se posso continuar... Já que avancei bastante.

Bração do Barão


Pois é amigos... Nunca obtive a resposta... Dolorosamente, jamais a terei . Nem concluí a resenha...
Fico por aqui, muito triste ainda.

Abraços.

Paulo

Lino França Jr. escreveu:Novo conto: DESCIDA AO INFERNO

http://recantodasletras.uol.com.br/contosdeterror/2134138

Tânia Souza escreveu:O sorriso da Celly - > Um sorriso


Poleto e os números - > Poleto e a ordem ah, non matei o Poleto ( só dessa vez )

apenas uma brincadeira poética...

victor meloni escreveu:Oi galera. Há um tempo penso em escrever uma série de contos "diferentes" sobre lobisomens (até havia comentado com a T e a Celly) e depois reuni-los em um livro, lá pelas bandas do clube de autores. Já escrevi "Fúria" e agora "Lua Plena" (parece título da série crepúsculo ahahuahuahuaha). Por "diferente", quis dizer um estilo pouco degustável, nada entregue de graça (embora isto não retire, de jeito algum, a genialidade dos contos que se valem de uma abordagem mais direta. vide as obras-primas que o Flávio escreve sobre lobisomens). Bem, é isso aí. Qto ao novo desafio, sobre FC, acho que vou deixar passar desta vez, sei lá. FC é foda!!! Abração turma!

http://contosominosos.blogspot.com/2010/03/lua-nova.html

Flávio de Souza escreveu:

Salve Povo do Além!

Postei um novo conto inspirado pela atual fase do Victor. Chama-se "Luana, a escrava". Particularmente, eu gostei do texto, o que é estranho, porque geralmente fico insatisfeito.

http://flaviodsouza.blogspot.com/2010/04/luana-escrava.html

http://recantodasletras.uol.com.br/contosdeterror/2184589

Bom, é isso aí...

Abraços,


Flávio