ENTREVISTA COM CELLY BORGES
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Afonso
Lino França Jr.
Pacheco
Celly Borges
Flávio de Souza
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ENTREVISTA COM CELLY BORGES
1) Celly, sendo você uma apaixonada pela literatura, conte-nos um pouco do que a levou a viajar pelas letras, uma vez que vivemos numa época em que a televisão, o vídeo game e a informática tomam as crianças e os jovens pelas mãos, como fazer com que estes absorvam o gosto pelo "Mundo dos Livros"?
Re: ENTREVISTA COM CELLY BORGES
Flávio de Souza escreveu:1) Celly, sendo você uma apaixonada pela literatura, conte-nos um pouco do que a levou a viajar pelas letras, uma vez que vivemos numa época em que a televisão, o vídeo game e a informática tomam as crianças e os jovens pelas mãos, como fazer com que estes absorvam o gosto pelo "Mundo dos Livros"?
Poxa que bacana ser escolhida!
Flávio, desde sempre minha casa foi cheia de livros, mas eram livros técnicos do meu pai. Quando eu tinha meus 15 anos - saudade! -, meu irmão lia muita literatura, uma vez cheguei e pedi um livro pra ele, e ele me deu - sim! - Harry Potter! E ai começou minha paixão por literatura.
Antes eu tinha lido alguns poucos, mas era coisa de um livro por ano e olhe lá, eu fazia parte da estatística nacional de 1,8 livros por ano...
Eu gostava de filmes e histórias de terror. E quando li Drácula, foi como se surgisse uma luz - não do sol!
Em casa nunca assistiamos muita TV, a não ser desenhos!!! Então descobrir os livros foi encontrar um mundo novo, de fato. O meu mundo.
É complicado fazer uma criança tomar gosto por livros se a família não lê ou diz contra, por exemplo que livros são caros, que é desperdício de tempo e dinheiro. Ainda bem que aqui em casa todo mundo apoia esse vício bom! E maldito, afinal está até na Bíblia!!!, em Eclesiastes 1,18: "Porque, onde há muita sabedoria, há também muita tristeza, e onde há mais conhecimento, há também mais sofrimento".
Mas, sério, é importante apoiar desde criança, como disse Bill Gates "antes de computador, meus filhos terão livros". Mas como é praticamente imposto que as pessoas tenham filhos - perante a sociedade, digo - elas têm e depois esquecem das necessidades da criança, de lazer e cultura... não generalizando...
Re: ENTREVISTA COM CELLY BORGES
2) Celly, quais são suas perspectivas nesse mundo da literatura? Seu site vai de vento em popa, você lê bastante, mas, pretende lançar algo impresso? Contos? Romances?
Re: ENTREVISTA COM CELLY BORGES
Pacheco escreveu:2) Celly, quais são suas perspectivas nesse mundo da literatura? Seu site vai de vento em popa, você lê bastante, mas, pretende lançar algo impresso? Contos? Romances?
Pretendo lançar algo impresso, sim. E pendo para o lado do romance. Depois que comecei a ler mais e mais, parece que fiquei chata, ou como dizem por aí, exigente... Não quero escrever qualquer coisa. O problema no Brasil, pelo que tenho notado, é que os escritores não pesquisam tanto, lançam um livro que tenha fatos históricos, porém não param pra pesquisar datas e locais... acho essa parte muito gostosa, quando se redescobre a história - estou nessa parte agora.
Parece-me que agora é uma boa hora para tentar lançar algo, mas é complicado ao mesmo tempo. As editoras estão ai, buscam textos, só que achar uma que se preocupe com a qualidade é mais difícil.
Re: ENTREVISTA COM CELLY BORGES
3- Celly, sabedores que somos da sua admiração por histórias infanto-juvenis, qual a linha que você estabelece sobre dois gêneros tão distintos, como o terror e infanto-juvenil ?? E qual seu livro preferido em ambos os temas ??
Re: ENTREVISTA COM CELLY BORGES
Lino França Jr. escreveu:3- Celly, sabedores que somos da sua admiração por histórias infanto-juvenis, qual a linha que você estabelece sobre dois gêneros tão distintos, como o terror e infanto-juvenil ?? E qual seu livro preferido em ambos os temas ??
Adoro infanto-juvenil, mesmo! Uma vez me perguntaram se gosto desse estilo porque é mais simples, pelo contrário, histórias escritas para crianças são muito mais... fantásticas, mais trabalhadas, do que para adultos. Como diz no livro “O mundo de Sofia”, os adultos, os vividos que acreditam que sabem tudo.
Na verdade acho que nunca consegui escrever terror de fato. Acredito que meus contos estão mais para suspense, mas ainda estou tentando! Rsrs
Infanto-juvenil, escrevo pra viajar para mundos diferentes e sonhar, viver algo que não posso aqui, diferente do terror que eu não gostaria de viver, mas adoro ler, porém são histórias fantásticas, com seres e mundos que – infelizmente, às vezes – não existem, mas que me permitem passear por outros lugares, sentir medo, alegrias, tristezas... enfim, sensações diferentes, boas e ruins.
Meus livros favoritos são “Drácula” de Bram Stoker e “A História sem fim” de Michael Ende, vai dizer que não é terror o “Nada”??? rsrsrs
Re: ENTREVISTA COM CELLY BORGES
Vou fazer 3 perguntinhas porque as duas primeiras são informações rápidas: Cely, Sabemos que um dos principais atrativos de Mundo de Fantas são as resenhas de livros. Todas as resenhas que são publicadas por lá são feitas por você? Quantos livros você lê por mês? Quais são as melhores coletâneas ( sob demanda ou não ) que você teve a oportunidade de ler ano passado, e por que?
Re: ENTREVISTA COM CELLY BORGES
Afonso escreveu:Vou fazer 3 perguntinhas porque as duas primeiras são informações rápidas: Cely, Sabemos que um dos principais atrativos de Mundo de Fantas são as resenhas de livros. Todas as resenhas que são publicadas por lá são feitas por você? Quantos livros você lê por mês? Quais são as melhores coletâneas ( sob demanda ou não ) que você teve a oportunidade de ler ano passado, e por que?
Ufa, as perguntas não foram tão terríveis. Sim, todas as resenhas são minhas! Muitas pessoas confundem ‘Dicas de leituras’ com resenhas. As dicas são a quarta capa ou a orelha de livros que quero ler ou pediram pra eu divulgar. E como sou educadinha, divulgo! Rsrsrs.
Ih, eu lia bastante, hoje leio uns 3 livros por mês, o que é pouco e vergonhoso! Ando pra lá de preguiçosa ultimamente. Deve ser a idade. rsrsrs
Nossa, li poucas coletâneas. Há pouco li “13 dos melhores contos de vampiros” organizado por Flávio Moreira da Costa, os contos são ótimos, porém a edição é terrível, cheia de erros. Adoro os vampiros clássicos, espero que tenham corrigido os erros, a edição era de 2002. Não costumo pegar um livro de contos e ler todo...
Ano passado comecei a ler vários, “No país das fadas” de Wells, “A Tumba” de Lovecraft, “Histórias extraordinárias” de Poe, mas nunca terminei, gosto de ler devagar ir alternando livros...
Re: ENTREVISTA COM CELLY BORGES
5. Celly, mais de uma vez você se declarou apaixonada por listas. Assim, minha pergunta refere-se a duas listas: as cinco melhores e as cinco piores obras da literatura universal. Em sua opinião, quais são e por que recebem essa classificação?
Última edição por Tânia Souza em Qui 25 Mar 2010 - 1:34, editado 1 vez(es)
Re: ENTREVISTA COM CELLY BORGES
Tânia Souza escreveu:5. Celly, mais de uma vez você se declarou apaixonada por listas. Assim, minha pergunta refere-se a duas listas: as cinco melhores e as cinco piores obras da literatura universal. Em sua opinião, quais são e por que recebem essa classificação?
Oh, amo listas, mesmo!!! De tudo! Mas principalmente de livros. Lá vai:
As cinco melhores obras (não necessariamente nesta ordem)
1. A Pedra da Lua - Wilkie Collins (considerado o primeiro romance longo policial, dizem que Bram Stoker se inspirou nesta obra para escrever Drácula em forma de diário, depois de ler este livro vc ficara com vontade de ler Robinson Crusoé)
2. História sem Fim - Michael Ende (um clássico juvenil, sem igual, mágico, fantástico! Michael Ende é meu mestre.)
3. Frankenstein - Mary Shelley (este foi um dos livros que me escolheu, assim como A Pedra da Lua, estava na estante me chamando e quando li descobri um dos melhores livros)
4. O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde (ótima história, absurdamente crítica, e não gosto ainda do Lord Henry, uma discussão eterna entre eu e o Victor que o adora.)
5. Drácula - Bram Stoker (preciso comentar?)
As piores, na ordem que desejarem:
1. Eugenia Grandet – Honoré de Balzac (deveria ser: A história do PAI de Eugenia Grandet)
2. Hell House – A casa infernal – Richard Matheson (de infernal não tinha nada, era um tédio só!)
3. Noturno – Guillermo del Toro e Chuck Hogan (como pode um livro ser tão ruim? Um dos piores que já li até hoje!)
4. Morte na alta sociedade – Georges Simenon (Os dois livros que tive paciência de ler de Simenon foram terrivelmente chatos!)
5. O apanhador no campo de centeio – J. D. Salinger (até hoje não entendo porque falam tão bem deste livro)
Mas tem uns que não devem ficar de fora
1. Como e porque sou romancista - José de Alencar (nessas horas agradeço a Deus por não lembrar de metade do que leio!)
2. A longa história - Reinaldo Santos Neves (Longa, incrívelmente longa, só o primeiro parágrafo é que se salva nas 616 páginas! Tá, o final foi interessante...)
Acho que é isso... Recomendo todos da primeira lista, da segunda só pra quem for teimoso o suficiente! Da terceira leiam A Longa História, mas só o começo e o final.
Re: ENTREVISTA COM CELLY BORGES
Minha vez de perguntar!
Celly, traçando um paralelo entre o vampiro mais tradicional - Drácula, como descrito por Bram Stoker - e os vampiros mais moderninhos, como os da série Crepúsculo e passando pelos vampiros de Anne Rice, como você enxerga a badalação que é feita atualmente sobre livros com vampiros? Existe alguma explicação racional para todo este frisson que ocorre atualmente?
Celly, traçando um paralelo entre o vampiro mais tradicional - Drácula, como descrito por Bram Stoker - e os vampiros mais moderninhos, como os da série Crepúsculo e passando pelos vampiros de Anne Rice, como você enxerga a badalação que é feita atualmente sobre livros com vampiros? Existe alguma explicação racional para todo este frisson que ocorre atualmente?
Re: ENTREVISTA COM CELLY BORGES
Poleto escreveu:Minha vez de perguntar!
Celly, traçando um paralelo entre o vampiro mais tradicional - Drácula, como descrito por Bram Stoker - e os vampiros mais moderninhos, como os da série Crepúsculo e passando pelos vampiros de Anne Rice, como você enxerga a badalação que é feita atualmente sobre livros com vampiros? Existe alguma explicação racional para todo este frisson que ocorre atualmente?
Racional, acho que não! Rsrs
Bem, a questão é que esses novos vampiros – se é que de fato pode-se dar este título –, do tipo Crepúsculo, são mocinhos como – quase – toda menina sonha, meninos perfeitos, cavalheiros. Só posso falar do primeiro volume, o único que li. Essas histórias encantam pela leveza e por ter o ‘príncipe encantado’ sendo um ser diferente, não humano. Muitas pessoas não gostam de ler nada sobre vampiros clássicos por acreditarem ser muito pesado. O que é relativo. Quanto a Anne Rice, até gosto de alguns livros dela, como Entrevista com Vampiro, acho interessante a idéia de seres que sofrem conscientes de sua condição.
A idéia é que pegaram o vampiro e cada um trouxe para a sua realidade e o transformou à sua forma. A Meyer admitiu não ter lido nem estudado sobre o assunto, então realmente ela apenas pegou o título e o modificou ao seu gosto. Não concordo com essa idéia de apenas usar o nome existente para uma criatura totalmente nova. Ela poderia ter criado seus personagens e dado um outro título.
Mas eu ainda prefiro os seres clássicos.
Literatura Fantástica Brasileira
Na atual conjectura, quais as obras e autores de Literatura Fantástica Brasileira que você destacaria? Outra coisa, dizem (pelo menos a mídia), que André Vianco é o Stephen King brasileiro. Você concorda?
Re: ENTREVISTA COM CELLY BORGES
Edgar Braga Buchara escreveu:Na atual conjectura, quais as obras e autores de Literatura Fantástica Brasileira que você destacaria? Outra coisa, dizem (pelo menos a mídia), que André Vianco é o Stephen King brasileiro. Você concorda?
Gosto bastante de André Vianco, Bento é um dos melhores livros nacionais que li, nasceu ai minha curiosidade pelos autores brasileiros. Gosto também de Relações de Sangue de Martha Argel. Estou lendo Os Guardiões do Tempo de Nelson Magrini e é muito bom, mais direcionado aos leitores de infanto-juvenil e Metamorfose – a fúria dos Lobisomens, organizado por Ademir Pascale, sabe que me impressionou, há contos ótimos, é uma leitura diferente e agradável, porque como disse antes, não tenho costume de pegar uma coletânea e ler até o final, nesta me impus resenhar – será minha primeira resenha de livro de contos, então não espere que o resultado seja muito bom. rsrs
Quanto a Stephen King e André Vianco, pode ser... Que responda quem já leu os dois... eu não li King, por pura preguiça, devo confessar. Quando o autor ou livro é muito falado, algo me trava e não sinto vontade de conhecer... Acontece isso com O Senhor dos Anéis, também. Um dia eu tiro esse atraso quanto a King, porque O Senhor dos Anéis ainda não bateu nem curiosidade...
PS.: A Tânia acabou de me criticar por nunca ter lido King... vou ver se leio logo...
Re: ENTREVISTA COM CELLY BORGES
INTERROMPEMOS ESTA PROGRAMAÇÃO PARA PERGUNTAR:
ESQUECERAM DISTO?
CONTINUEMOS COM A ENTREVISTA DA ANIVERSARIANTE!
PS: VOLTAMOS À NOSSA PROGRAMAÇÃO NORMAL.
ESQUECERAM DISTO?
CONTINUEMOS COM A ENTREVISTA DA ANIVERSARIANTE!
PS: VOLTAMOS À NOSSA PROGRAMAÇÃO NORMAL.
Re: ENTREVISTA COM CELLY BORGES
Celly, me, nos, tire uma dúviva, se possível: na litfan nacional, quem somos, de onde viemos e para onde vamos?
Re: ENTREVISTA COM CELLY BORGES
Victor escreveu:Celly, me, nos, tire uma dúviva, se possível: na litfan nacional, quem somos, de onde viemos e para onde vamos?
Sr. Victor, tire-me uma dúvida, em sua pergunta, o senhor quer saber do nosso papel na LitFan enquanto - acho muito engraçado quem fala assim - escritores de terror ou no gênero em geral?
Re: ENTREVISTA COM CELLY BORGES
Victor escreveu:Celly, me, nos, tire uma dúviva, se possível: na litfan nacional, quem somos, de onde viemos e para onde vamos?
Não sei nem quem sou eu...
Acho (!) que somos, ou deveríamos ser, leitores, antes de tudo, mas agora me deparo com muitos 'escritores' que não lêem, e sinceramente não entendo isso. E é triste constatar que muitos julgam o que os outros escrevem por brigas entre grupinhos fechados - e existe tanto disso! -, outro dia conversando com a T, falamos sobre a limitação que os estilos impõem, acredito que a LitFan dá o poder e a liberdade de criar. Claro que estudar o gênero deveria, em tese, ampliar a visão e a escrita, mas o que acontece, na maioria das vezes, é a limitação.
De onde viemos...
Da vontade de ter histórias próprias e – na teoria! – por ler muito , querer criar mundos e idéias novas...
Para onde vamos...
Espero que pra algum lugar agradável, seja pra cima ou pra baixo, que seja bom.
Quanto à LitFan nacional, espero que não se limite a ficar só no Brasil, há muita história boa que merece reconhecimento lá fora também.
Mas há muita coisa ruim que pega carona com os destaques internacionais, os escritores fazem suas versões, não acho que tenha futuro ou mesmo um valor, é uma literatura que dificilmente ficará e se tornará um clássico.
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