POÉTICA DAS SOMBRAS
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Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
Tânia Souza escreveu:Belo poema Celly, lembrei , não sei bem porque , do livro O perfume...
Não li ainda!!!
Mas essa poesia fiz para uma lesma!
Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
uia, para uma lesma/ rss , essa eu nao imaginava...
Sobre o perfume, estou escrevendo uma resenha, gostei mto , acho q lembrei dos trechos em que o personagem trabalha no curtume, não sei bem, vou conferir depois.
Sobre o perfume, estou escrevendo uma resenha, gostei mto , acho q lembrei dos trechos em que o personagem trabalha no curtume, não sei bem, vou conferir depois.
Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
Tenho fome intensa
Não de fruto nem de pão
Teu sangue febril me apetece
quero provar da carne até ossos
Por favor não diga não
pois é terrivel minha maldição
Não de fruto nem de pão
Teu sangue febril me apetece
quero provar da carne até ossos
Por favor não diga não
pois é terrivel minha maldição
Tânia Souza
Já animou Henry, agora, quais serão os versos para a charmosa criatura???
Última edição por Tânia Souza em Qua 4 Mar 2009 - 13:57, editado 1 vez(es)
Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
MALAGHANI
Por Henry Evaristo, inspirado em imagem proposta por Tânia Souza
É nas fossas miasmáticas, perdidas nas noites dos meus sonhos,
que encontro Malaghani.
Oh Malaghani, dos mil encantos! Tuas curvas são como as ondas que se espraiam ao luar!
Pois nessa vida natureza não há que não se curve ao arrepio de te ver chegando por entre os bosques, à noite!
E como do vil demônio se me atingisse o açoite, me quedo alquebrado e imóvel; incapaz de falar.
Oh Malaghani, não me olhe assim com estes dois universos aziagos que são teus olhos estranhos. Ai, que eles não me deixam mais sentir os perfumes do mundo. E não me beije com sua boca asquerosa quando o que prometeste foi que apenas a mim destilaria seus mais suaves nectares!
Estou perdido, Malaghani! Não tenho mais nenhum discernimento, pois acho agora o belo feio, e te julgo a mais celestial das criaturas!
Então vem, minha jóia, e me abraça com estas tuas mãos que a terra já viu.
E me leva para onde os mortos repastam!
Por Henry Evaristo, inspirado em imagem proposta por Tânia Souza
É nas fossas miasmáticas, perdidas nas noites dos meus sonhos,
que encontro Malaghani.
Oh Malaghani, dos mil encantos! Tuas curvas são como as ondas que se espraiam ao luar!
Pois nessa vida natureza não há que não se curve ao arrepio de te ver chegando por entre os bosques, à noite!
E como do vil demônio se me atingisse o açoite, me quedo alquebrado e imóvel; incapaz de falar.
Oh Malaghani, não me olhe assim com estes dois universos aziagos que são teus olhos estranhos. Ai, que eles não me deixam mais sentir os perfumes do mundo. E não me beije com sua boca asquerosa quando o que prometeste foi que apenas a mim destilaria seus mais suaves nectares!
Estou perdido, Malaghani! Não tenho mais nenhum discernimento, pois acho agora o belo feio, e te julgo a mais celestial das criaturas!
Então vem, minha jóia, e me abraça com estas tuas mãos que a terra já viu.
E me leva para onde os mortos repastam!
Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
Maldición
Quema en fuego el cielo del día
Hierve en mi cuerpo sed y hambre
Cuando gritan demonios en agonía
De la tierra no deseo el fruto
Hambre que no tiene del pan necesidad
Solamente sangre fria me apetece
Sorber las carnes en ancha oscuridad
Quizás hoy, de mi cuerpo nudo
Nazca por fin la Diosa suprema
De odiosas creaturas divinidad
Tengo ojos escuchando tinieblas
Tengo en cenizas el ánima mía
Murmullan del infierno estos arados:
— Que el mondo todo sea del rublo dolor —
Caminando en sombría melancolía
La humanidad en eterno horror!
Tânia Souza
Quema en fuego el cielo del día
Hierve en mi cuerpo sed y hambre
Cuando gritan demonios en agonía
De la tierra no deseo el fruto
Hambre que no tiene del pan necesidad
Solamente sangre fria me apetece
Sorber las carnes en ancha oscuridad
Quizás hoy, de mi cuerpo nudo
Nazca por fin la Diosa suprema
De odiosas creaturas divinidad
Tengo ojos escuchando tinieblas
Tengo en cenizas el ánima mía
Murmullan del infierno estos arados:
— Que el mondo todo sea del rublo dolor —
Caminando en sombría melancolía
La humanidad en eterno horror!
Tânia Souza
Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
Tânia Souza escreveu:Maldición
Quema en fuego el cielo del día
Hierve en mi cuerpo sed y hambre
Cuando gritan demonios en agonía
De la tierra no deseo el fruto
Hambre que no tiene del pan necesidad
Solamente sangre fria me apetece
Sorber las carnes en ancha oscuridad
Quizás hoy, de mi cuerpo nudo
Nazca por fin la Diosa suprema
De odiosas creaturas divinidad
Tengo ojos escuchando tinieblas
Tengo en cenizas el ánima mía
Murmullan del infierno estos arados:
— Que el mondo todo sea del rublo dolor —
Caminando en sombría melancolía
La humanidad en eterno horror!
Tânia Souza
Nossa... é aqui que separamos os adultos das crianças!
Um poema desta qualidade, escrito com perfeição em outro idioma, não é para qualquer um!
Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
Obrigada Sir Poleto, adoro espanhol, por isso me arrisco um pouco, sempre acho alguma coisinha para corrigir, mas a poesia em espanhol parece tão sonora....
Gracias !!
Gracias !!
Poema
Henry Evaristo escreveu:Este espaço é dedicado à publicação de poemas, prosas poéticas, e todo e qualquer tipo de texto rimado inserido no assunto contemplado pela proposta do forum da Câmara dos Tomentos.
VISITANTE
Aqui venho como enviada
pela turma da academia
e fazer uma apelação
só à noite, não de dia
para que seja bem formada
uma festa de fantasia
para brindar o aniversário
desta Câmara apimentada
e já muito atormentada
pelo julgo adversário.
Saudações funestas
VicMag.
Victoria Magna- Mensagens : 2
Data de inscrição : 16/03/2009
Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
Victoria Magna escreveu:Henry Evaristo escreveu:Este espaço é dedicado à publicação de poemas, prosas poéticas, e todo e qualquer tipo de texto rimado inserido no assunto contemplado pela proposta do forum da Câmara dos Tomentos.
VISITANTE
Aqui venho como enviada
pela turma da academia
e fazer uma apelação
só à noite, não de dia
para que seja bem formada
uma festa de fantasia
para brindar o aniversário
desta Câmara apimentada
e já muito atormentada
pelo julgo adversário.
Saudações funestas
VicMag.
Olha... quem é vivo sempre aparece!
Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
Pôxa! Poucas palavras cabem, agora, para dizer quão profundo me senti ao ler os poemas. E esse em espanhol, faço minhas as palavras do amigo Poleto: "...é aqui que separamos os adultos das crianças!"
Se os amigos me permitirem arriscar, vou tentar escrever alguma coisa. Desta vez vou fazer algo que eu não gosto de jeito maneira: rimar.
Certa feita, um número - e não lembro por qual motivo - simplesmente "entrou" em minha cabeça e jamais saiu. Desde então, como um demônio, ele vem me tentando. Só que não encontro via para escoar essa incomodação, quase um maldito sucubbus. Pretendo, agora, iniciar a partir de um poema.
1) Segundo o dicionário Aurélio, inspiração.
2) Longo instrumento de metal — trombeta de corno — que produz um som horripilante geralmente usada pelos nativos indus em funerais [Collery-Horn, cholera horn (trompa da cólera)].
3) No Islã, o demônio "Iblis" (Satã e/ou Lucifer no cristianismo) não era um anjo, mas algo diferente, um "Jinn" (humanos teriam sido criados da terra, anjos da luz e jinn do fogo). Os "Jinn" não seriam necessariamente maus, poderiam ser bons ou pecadores, assim como os humanos. Portanto, os jinn e humanos seriam as únicas criações de Deus com livre arbítrio, enquanto anjos só poderiam seguir a vontade de Deus.
Se os amigos me permitirem arriscar, vou tentar escrever alguma coisa. Desta vez vou fazer algo que eu não gosto de jeito maneira: rimar.
Certa feita, um número - e não lembro por qual motivo - simplesmente "entrou" em minha cabeça e jamais saiu. Desde então, como um demônio, ele vem me tentando. Só que não encontro via para escoar essa incomodação, quase um maldito sucubbus. Pretendo, agora, iniciar a partir de um poema.
Lilith
Foi em meados dos anos oitenta
Quando parti daqui, sem centelha -1-
Procurando um lugar para deitar e acalmar meu coração;
Ouvi, no meio da noite, uma algazarra, uma confusão.
Quisera eu ser forte,
Mas não resisti a tentação
Deitei-me sobre folhas secas,
- banhei-me ao Luar -
Fechei meus olhos e dormi na serração.
Em sonhos vi
- e como vi! -
Era uma mulher, e lamentava
Um choro tão esguio que fez dela me aproximar;
Perguntei: "Oh, doce visão, o que fazes aqui, só e sem proteção?"
Eis que ela olhou para mim e respondeu, ainda em tom de lamentação:
"Trinta e oito".
"Mas que número é esse?", tornei a perguntar
Foi um "trinta e oito" que ouvi ela novamente falar.
Sentei-me ao seu lado.
Virou-se para mim, com aquele olhar profundo,
Abriu a boca para falar,
mas só fez me olhar.
Por longos instantes ficamos em silêncio
Por longos instantes olhamo-nos inteiros
Até que ela, por fim, ouvi falar: "Trinta e oito".
Levantei-me. Era como se eu pudesse voar;
mas continuei ali, observando seu olhar.
Acontece que de repente levantou-se ela também
Para mim dizendo: "Trinta e oito é teu lugar".
"Sim, é meu lugar", falei, descrédulo.
Pegou meu braço e disse: "Vou provar".
E então fomos direto para as árvores,
Floresta adentro caminhamos
Muitos olhos a me acompanhar.
O pavor aumentou, quando para trás fui olhar
Era a serração que acabamos de deixar.
Sua voz, desta vez sem lamentação,
Era de uma seda mais bela e fina;
Cantarolou uma canção,
Apontou, para que eu seguisse, a direção
"Trinta e oito é meu lugar"
Era estranho,
O chão fervilhava,
A parede sangrava;
Era Satã que vinha me recepcionar.
"Satã Maldito! Enviaste tua dama para me aliciar!"
"Não!", respondeu-me ele. "Não! Tu vieste por conta própria. Foram teus passos que a mim levaram."
"Satã Maldito! Enviaste tua dama para me aliciar!"
"Não!", respondeu-me ele. "Não! Foi tua vontade que me fez encontrar."
"Satã Maldito! Enviaste tua dama para me aliciar... trinta e oito é meu lugar!"
Foi aí que despertei.
A dor em meu corpo foi inevitável,
Quando vi os cortes, quase chorei.
Jamais de tristeza, mas de ódio
Pois não estava mais no caminho que seguia
Mas nas masmorras do demônio;
E lá distante, minha guia
De onírico sonho.
"Trinta e oito", com todas minhas forças gritei. "Satã Maldito! É o lugar onde me criei!"
"Já era dito", respondeu-me ele. "Seu retorno era esperado.
E quando saíres, não esqueça do som que se tira das trompas da cólera". - 2 -
No dia seguinte acordei
Sobre minha cama - pois foi lá que me encontrei -
vi sinais de "Jinns" por todo o lado - 3 -
Pobre de mim
Um humano
Flagelado.
"Trinta e oito"
E sangue para todo o lado.
Foi em meados dos anos oitenta
Quando parti daqui, sem centelha -1-
Procurando um lugar para deitar e acalmar meu coração;
Ouvi, no meio da noite, uma algazarra, uma confusão.
Quisera eu ser forte,
Mas não resisti a tentação
Deitei-me sobre folhas secas,
- banhei-me ao Luar -
Fechei meus olhos e dormi na serração.
Em sonhos vi
- e como vi! -
Era uma mulher, e lamentava
Um choro tão esguio que fez dela me aproximar;
Perguntei: "Oh, doce visão, o que fazes aqui, só e sem proteção?"
Eis que ela olhou para mim e respondeu, ainda em tom de lamentação:
"Trinta e oito".
"Mas que número é esse?", tornei a perguntar
Foi um "trinta e oito" que ouvi ela novamente falar.
Sentei-me ao seu lado.
Virou-se para mim, com aquele olhar profundo,
Abriu a boca para falar,
mas só fez me olhar.
Por longos instantes ficamos em silêncio
Por longos instantes olhamo-nos inteiros
Até que ela, por fim, ouvi falar: "Trinta e oito".
Levantei-me. Era como se eu pudesse voar;
mas continuei ali, observando seu olhar.
Acontece que de repente levantou-se ela também
Para mim dizendo: "Trinta e oito é teu lugar".
"Sim, é meu lugar", falei, descrédulo.
Pegou meu braço e disse: "Vou provar".
E então fomos direto para as árvores,
Floresta adentro caminhamos
Muitos olhos a me acompanhar.
O pavor aumentou, quando para trás fui olhar
Era a serração que acabamos de deixar.
Sua voz, desta vez sem lamentação,
Era de uma seda mais bela e fina;
Cantarolou uma canção,
Apontou, para que eu seguisse, a direção
"Trinta e oito é meu lugar"
Era estranho,
O chão fervilhava,
A parede sangrava;
Era Satã que vinha me recepcionar.
"Satã Maldito! Enviaste tua dama para me aliciar!"
"Não!", respondeu-me ele. "Não! Tu vieste por conta própria. Foram teus passos que a mim levaram."
"Satã Maldito! Enviaste tua dama para me aliciar!"
"Não!", respondeu-me ele. "Não! Foi tua vontade que me fez encontrar."
"Satã Maldito! Enviaste tua dama para me aliciar... trinta e oito é meu lugar!"
Foi aí que despertei.
A dor em meu corpo foi inevitável,
Quando vi os cortes, quase chorei.
Jamais de tristeza, mas de ódio
Pois não estava mais no caminho que seguia
Mas nas masmorras do demônio;
E lá distante, minha guia
De onírico sonho.
"Trinta e oito", com todas minhas forças gritei. "Satã Maldito! É o lugar onde me criei!"
"Já era dito", respondeu-me ele. "Seu retorno era esperado.
E quando saíres, não esqueça do som que se tira das trompas da cólera". - 2 -
No dia seguinte acordei
Sobre minha cama - pois foi lá que me encontrei -
vi sinais de "Jinns" por todo o lado - 3 -
Pobre de mim
Um humano
Flagelado.
"Trinta e oito"
E sangue para todo o lado.
1) Segundo o dicionário Aurélio, inspiração.
2) Longo instrumento de metal — trombeta de corno — que produz um som horripilante geralmente usada pelos nativos indus em funerais [Collery-Horn, cholera horn (trompa da cólera)].
3) No Islã, o demônio "Iblis" (Satã e/ou Lucifer no cristianismo) não era um anjo, mas algo diferente, um "Jinn" (humanos teriam sido criados da terra, anjos da luz e jinn do fogo). Os "Jinn" não seriam necessariamente maus, poderiam ser bons ou pecadores, assim como os humanos. Portanto, os jinn e humanos seriam as únicas criações de Deus com livre arbítrio, enquanto anjos só poderiam seguir a vontade de Deus.
Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
seguidorlovecraft escreveu:Pôxa! Poucas palavras cabem, agora, para dizer quão profundo me senti ao ler os poemas. E esse em espanhol, faço minhas as palavras do amigo Poleto: "...é aqui que separamos os adultos das crianças!"
Se os amigos me permitirem arriscar, vou tentar escrever alguma coisa. Desta vez vou fazer algo que eu não gosto de jeito maneira: rimar.
Certa feita, um número - e não lembro por qual motivo - simplesmente "entrou" em minha cabeça e jamais saiu. Desde então, como um demônio, ele vem me tentando. Só que não encontro via para escoar essa incomodação, quase um maldito sucubbus. Pretendo, agora, iniciar a partir de um poema.Lilith
Foi em meados dos anos oitenta
Quando parti daqui, sem centelha -1-
Procurando um lugar para deitar e acalmar meu coração;
Ouvi, no meio da noite, uma algazarra, uma confusão.
Quisera eu ser forte,
Mas não resisti a tentação
Deitei-me sobre folhas secas,
- banhei-me ao Luar -
Fechei meus olhos e dormi na serração.
Em sonhos vi
- e como vi! -
Era uma mulher, e lamentava
Um choro tão esguio que fez dela me aproximar;
Perguntei: "Oh, doce visão, o que fazes aqui, só e sem proteção?"
Eis que ela olhou para mim e respondeu, ainda em tom de lamentação:
"Trinta e oito".
"Mas que número é esse?", tornei a perguntar
Foi um "trinta e oito" que ouvi ela novamente falar.
Sentei-me ao seu lado.
Virou-se para mim, com aquele olhar profundo,
Abriu a boca para falar,
mas só fez me olhar.
Por longos instantes ficamos em silêncio
Por longos instantes olhamo-nos inteiros
Até que ela, por fim, ouvi falar: "Trinta e oito".
Levantei-me. Era como se eu pudesse voar;
mas continuei ali, observando seu olhar.
Acontece que de repente levantou-se ela também
Para mim dizendo: "Trinta e oito é teu lugar".
"Sim, é meu lugar", falei, descrédulo.
Pegou meu braço e disse: "Vou provar".
E então fomos direto para as árvores,
Floresta adentro caminhamos
Muitos olhos a me acompanhar.
O pavor aumentou, quando para trás fui olhar
Era a serração que acabamos de deixar.
Sua voz, desta vez sem lamentação,
Era de uma seda mais bela e fina;
Cantarolou uma canção,
Apontou, para que eu seguisse, a direção
"Trinta e oito é meu lugar"
Era estranho,
O chão fervilhava,
A parede sangrava;
Era Satã que vinha me recepcionar.
"Satã Maldito! Enviaste tua dama para me aliciar!"
"Não!", respondeu-me ele. "Não! Tu vieste por conta própria. Foram teus passos que a mim levaram."
"Satã Maldito! Enviaste tua dama para me aliciar!"
"Não!", respondeu-me ele. "Não! Foi tua vontade que me fez encontrar."
"Satã Maldito! Enviaste tua dama para me aliciar... trinta e oito é meu lugar!"
Foi aí que despertei.
A dor em meu corpo foi inevitável,
Quando vi os cortes, quase chorei.
Jamais de tristeza, mas de ódio
Pois não estava mais no caminho que seguia
Mas nas masmorras do demônio;
E lá distante, minha guia
De onírico sonho.
"Trinta e oito", com todas minhas forças gritei. "Satã Maldito! É o lugar onde me criei!"
"Já era dito", respondeu-me ele. "Seu retorno era esperado.
E quando saíres, não esqueça do som que se tira das trompas da cólera". - 2 -
No dia seguinte acordei
Sobre minha cama - pois foi lá que me encontrei -
vi sinais de "Jinns" por todo o lado - 3 -
Pobre de mim
Um humano
Flagelado.
"Trinta e oito"
E sangue para todo o lado.
1) Segundo o dicionário Aurélio, inspiração.
2) Longo instrumento de metal — trombeta de corno — que produz um som horripilante geralmente usada pelos nativos indus em funerais [Collery-Horn, cholera horn (trompa da cólera)].
3) No Islã, o demônio "Iblis" (Satã e/ou Lucifer no cristianismo) não era um anjo, mas algo diferente, um "Jinn" (humanos teriam sido criados da terra, anjos da luz e jinn do fogo). Os "Jinn" não seriam necessariamente maus, poderiam ser bons ou pecadores, assim como os humanos. Portanto, os jinn e humanos seriam as únicas criações de Deus com livre arbítrio, enquanto anjos só poderiam seguir a vontade de Deus.
Perturbardor, no mínimo. Nem entro nos detalhes da estrutura poética pois entendo deste assunto assim como entendo da geografia de Pápua Nova Guiné.
Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
Foice
Tenho por mim que a foice
É instrumento de corte do campo
Nunca imaginei, porém, no entanto
Que viesse do jeito que foi-se
Teria criatura negra aquela
De mulher decrépita e morta
Montada em uma alada cobra
Prazer qualquer em nossa favela?
Se sem sorriso em seu rosto
Inferno que brotou do chão
Em labaredas de enxofre em açafrão
Morte que trazia em colosso
E de foice na mão desapareceu
Deixando morte, fogo e dor
Sangue de rubra rubra cor
E eu este velho sortudo que muitos pecados cometeu
Tenho por mim que a foice
É instrumento de corte do campo
Nunca imaginei, porém, no entanto
Que viesse do jeito que foi-se
Teria criatura negra aquela
De mulher decrépita e morta
Montada em uma alada cobra
Prazer qualquer em nossa favela?
Se sem sorriso em seu rosto
Inferno que brotou do chão
Em labaredas de enxofre em açafrão
Morte que trazia em colosso
E de foice na mão desapareceu
Deixando morte, fogo e dor
Sangue de rubra rubra cor
E eu este velho sortudo que muitos pecados cometeu
Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
É. O número não queria sair de minha cabeça. Onde é o "trinta e oito", afinal? O inferno...?! O meu inferno?
Eu não gosto de rimar. A poeisa fica pedante, e melosa. Odeio isso; prefiro versos livres, sem seguir temática ou regra, que expressem, a bel prazer, o que o autor sente. Ou acredita. Mas dessa vez não tive como fugir.
Foice o tempo em que as pessoas acreditavam em demônios, no cramunhão, mas, acho eu, ainda resiste uma força, dentro de nós, que diz: não menospreze os conhecimentos dos antigos.
Ótimo poema, Boi. Sou eu que escrevo poemas grandes, mas deu para ver que, para atingir o objetivo, quatro estrofes bastam.
Até mais ver - agora vou tentar estudar para concurso público... mas duvido que vou conseguir, com minha cabeça fervilhando de ideias para romances e contos.
LNN
Eu não gosto de rimar. A poeisa fica pedante, e melosa. Odeio isso; prefiro versos livres, sem seguir temática ou regra, que expressem, a bel prazer, o que o autor sente. Ou acredita. Mas dessa vez não tive como fugir.
Foice o tempo em que as pessoas acreditavam em demônios, no cramunhão, mas, acho eu, ainda resiste uma força, dentro de nós, que diz: não menospreze os conhecimentos dos antigos.
Ótimo poema, Boi. Sou eu que escrevo poemas grandes, mas deu para ver que, para atingir o objetivo, quatro estrofes bastam.
Até mais ver - agora vou tentar estudar para concurso público... mas duvido que vou conseguir, com minha cabeça fervilhando de ideias para romances e contos.
LNN
Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
VAMPIRO
Tu que, como uma punhalada
Invadiste meu coração triste,
Tu que, forte como manada
De demônios, louca surgiste,
Para no espírito humilhado
Encontrar o leito ao ascendente,
- IInfame a que eu estou atado
Tal como o forçado à corrente,
Como a seu jogo o jogador,
Como à garrafa o beberrão,
Como aos vermes a podridão
- Maldita sejas, como for!
Implorei ao punhal veloz
Dar-me a liberdade, um dia,
Disse após ao veneno atroz
Que me amparasse a covardia.
Mas não! O veneno e o punhal
Disseram-me de ar zombeiro
"Ninguem te livrará afinal
De teu maldito cativeiro
Ah! imbecil-de teu retiro
Se te livrássemos um dia,
Teu beijo ressuscitaria
O cadaver de teu vampiro!
Tu que, como uma punhalada
Invadiste meu coração triste,
Tu que, forte como manada
De demônios, louca surgiste,
Para no espírito humilhado
Encontrar o leito ao ascendente,
- IInfame a que eu estou atado
Tal como o forçado à corrente,
Como a seu jogo o jogador,
Como à garrafa o beberrão,
Como aos vermes a podridão
- Maldita sejas, como for!
Implorei ao punhal veloz
Dar-me a liberdade, um dia,
Disse após ao veneno atroz
Que me amparasse a covardia.
Mas não! O veneno e o punhal
Disseram-me de ar zombeiro
"Ninguem te livrará afinal
De teu maldito cativeiro
Ah! imbecil-de teu retiro
Se te livrássemos um dia,
Teu beijo ressuscitaria
O cadaver de teu vampiro!
Charles Baudelaire
LNN
Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
A árvore dos enforcados
Sob as árvores os pés dançantes, soltos no ar
Há nas mãos que esticam-se um pranto oculto
Que a garganta calada não deixa gritar
Oh, cruel punição!
Que rouba a vida e o chão!
Ao riso ardido do carrasco apenas o vulto
E uma lágrima sentida da menina que espia
Aquele que aos corvos irão alimentar
Oh, cruel punição!
Que rouba a vida e o chão!
Ignoram a tudo os pés dançantes, soltos no ar
Relutam uma rigidez que não tarda em chegar
Mas não estão a sós os enforcados
Logo amigos alados virão deleitar-se
E nos corpos dependurados
Servindo de aviso ao povoado
Um banquete de cor e sabor a se ofertar
Oh, cruel punição!
Que rouba a vida e o chão!
Esticaram-se os olhares em busca do que?
Espantados, e já não podem mais
Ao sabor da brisa, esperavam o perdão
Que a nobre pena negou-se a assinar
A corda aperta o pescoço que luta
As mãos amarradas ainda protestam
E finalmente, o que era ar se vai
As pernas são as últimas a se entregar
Oh, cruel punição!
Que rouba a vida e o chão!
Resta ainda, para a menina que espia
Os pés dançantes soltos no ar
Tânia Souza
Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
Semente Danada
Frutos cadáveres é o que vi
Negros e abolhados pendurados
Cada um em seu galho
Pelo pescoço, mortos, sufocados
Rubro era o chão que cercava a árvore
Pelo sangue
Pelas fezes
Pela placenta da mulher morta
Grávida
E o choro de uma criança
Expelida do útero da mãe
Enquanto essa sacudia e balançava no ar
Último recurso a propagação da vida
Aborto de criança quase pronta
Cedo ela saiu
Mas viva
Seu choro ecoava e eu a acolhi
Pobre criança
Semente de fruto cadáver
Sua sorte nem quero pensar em imaginar
Pois semente de tal fruto
Semente danada
(E o que será deste que acolheu tal semente?)
Frutos cadáveres é o que vi
Negros e abolhados pendurados
Cada um em seu galho
Pelo pescoço, mortos, sufocados
Rubro era o chão que cercava a árvore
Pelo sangue
Pelas fezes
Pela placenta da mulher morta
Grávida
E o choro de uma criança
Expelida do útero da mãe
Enquanto essa sacudia e balançava no ar
Último recurso a propagação da vida
Aborto de criança quase pronta
Cedo ela saiu
Mas viva
Seu choro ecoava e eu a acolhi
Pobre criança
Semente de fruto cadáver
Sua sorte nem quero pensar em imaginar
Pois semente de tal fruto
Semente danada
(E o que será deste que acolheu tal semente?)
Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
Imagem - O Triunfo da Morte de Peter Bruegel
A dança da morte
Por todo lado eles vêm
São de ossos e maldade
Respirando a nossa falsidade
E seus olhos nos contêm
São demônios? São indômitos?
São apenas cães devorando desolação
Esqueletos nos seguem
E lanças que nos ferem
Torturam-nos e riem-se ferozes
Preces se perdem...
De que importa o teu gemer?
Os cavalos que montam
São também nossos algozes
Pisam carne e fazem dela festim
O séqüito infernal já anuncia:
É a dama que lá vem!
__ É a rainha que lá vem!
A sedutora implacável
Cruel e irreversível
O ultimo sangue a sorver
Por milênios vieste sozinha
E por fim chegaste a hora
De tua vitória surreal
É a Morte que chega afinal
Escolta maquiavélica avisa
Estes cavaleiros que surgem
São esqueletos risíveis
Tem lanças pontiagudas
Nas mãos descarnadas
Laceram e dilaceram
A carne desacostumada
E gargalham tantos tímpanos
Explosão de dor e sofrer
Eu tremo, Tu soluças
E ele sangra
Nós morremos, Vós lamentais
E Eles vencerão
Tânia Souza
Por todo lado eles vêm
São de ossos e maldade
Respirando a nossa falsidade
E seus olhos nos contêm
São demônios? São indômitos?
São apenas cães devorando desolação
Esqueletos nos seguem
E lanças que nos ferem
Torturam-nos e riem-se ferozes
Preces se perdem...
De que importa o teu gemer?
Os cavalos que montam
São também nossos algozes
Pisam carne e fazem dela festim
O séqüito infernal já anuncia:
É a dama que lá vem!
__ É a rainha que lá vem!
A sedutora implacável
Cruel e irreversível
O ultimo sangue a sorver
Por milênios vieste sozinha
E por fim chegaste a hora
De tua vitória surreal
É a Morte que chega afinal
Escolta maquiavélica avisa
Estes cavaleiros que surgem
São esqueletos risíveis
Tem lanças pontiagudas
Nas mãos descarnadas
Laceram e dilaceram
A carne desacostumada
E gargalham tantos tímpanos
Explosão de dor e sofrer
Eu tremo, Tu soluças
E ele sangra
Nós morremos, Vós lamentais
E Eles vencerão
Tânia Souza
Re: POÉTICA DAS SOMBRAS
BOI escreveu:Semente Danada
Frutos cadáveres é o que vi
Negros e abolhados pendurados
Cada um em seu galho
Pelo pescoço, mortos, sufocados
Rubro era o chão que cercava a árvore
Pelo sangue
Pelas fezes
Pela placenta da mulher morta
Grávida
E o choro de uma criança
Expelida do útero da mãe
Enquanto essa sacudia e balançava no ar
Último recurso a propagação da vida
Aborto de criança quase pronta
Cedo ela saiu
Mas viva
Seu choro ecoava e eu a acolhi
Pobre criança
Semente de fruto cadáver
Sua sorte nem quero pensar em imaginar
Pois semente de tal fruto
Semente danada
(E o que será deste que acolheu tal semente?)
Nossa, cada verso é revestido de dor e sombra "semente de fruto cadáver", belo poema Boi.
✰Musa Carmesim✰® - Por Nana B.†Queen of Mercy†
SALVE...DEUSA VERMELHA!!!
SOIS, A MULHER FORTE & PODEROSA...
DOS CABELOS COR DE FOGO...
QUE ATIÇAM MINHA IMAGINAÇÃO.
ACENDEM MINHA ALMA,
TRANSTORNANDO MEU PENSAMENTO.
ÉS MINHA MUSA VESTIDA DE CARMIM...
BANHADA NO CALOR DO MEU SANGUE ENCARNADO...
TU ÉS, MINHA INSPIRAÇÃO...
ÉS MINHA DEUSA E, ÚNICA RAINHA...
EU NADA MAIS SOU,
QUE TEU ESCRAVO HUMILDE E DEVOTADO...
SUJEITO AOS TEUS CAPRICHOS...
SEJAM ELES OS MAIS INAUDITOS.
ÉS MINHA DEUSA ETERNA, DOS CABELOS ÁUREOS!!!
A TI, Ó MINHA "MUSA",
DEVOTO MEUS MAIS PROFUNDOS PENSAMENTOS.
SOMENTE A VÓS, RENDO MINHAS HOMENAGENS.
A TI & SOMENTE A VÓS...
MINHA ETERNA E IMORTAL...
DEUSA RUBRA!!!
PARA SEMPRE E ATÉ O FIM DOS DIAS,
SERÁS, MINHA MUSA...
DE CARMIM ENCARNADA!!
Nana B. Poetisa †Queen of Mercy†
Última edição por Nana B.® Poetisa †Queen o em Sex 3 Abr 2009 - 14:18, editado 2 vez(es)
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