Processo criativo e de escrita

Salve povo,

Deixando o terror um pouquinho de lado - mas não totalmente -, gostaria de discutir com os amigos outro assunto que também nos é comum: o processo criativo e de escrita.

Já discutimos anteriormente, naquele outro fórum, sobre de onde tiramos nossas idéias. Gostaria de, além de discutir sobre isso, debater as técnicas de criação de cada um. Por técnicas de criação digo: Uma vez que vocês tem a idéia, como vocês a desenvolvem no papel? Existe um roteiro a ser seguido?

Sem querer embananar o tópico nem confundir, vou postar aqui um material que estou traduzindo, contendo dicas para a organização e desenvolvimento de estórias - embora seja voltado para o desenvolvimento de um romance. É claro que, são dicas e não regras (nada de me crucificar por conta disso ).

O primeiro artigo que traduzi não trata necessariamente de técnicas de escrita, mas como eu o achei interessante, resolvi traduzir e postar aqui.

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Os 7 sinais de que seu conto quer se tornar uma novela

Talvez a maneira mais fácil de encontrar uma idéia para uma novela seja escrever um conto e perceber – ou ter alguém que perceba para você – que o que você está lidando é muito maior do que um conto. Como você sabe se uma história está pedindo por um formato maior? Aqui estão alguns sinais de que seu conto é na verdade uma novela disfarçada.

1. A sua idéia para uma novela é realmente uma novela?
Você já viu esta história antes? Ela parece familiar ou banal? Embora Willa Cather estivesse correta quando disse que “existem somente duas ou três histórias na humanidade, elas sempre se repetem”, você deve contar uma história de forma que ela pareça totalmente nova para o leitor. Evite estereótipos de caracterização e ambientação.

2. O conto é simplesmente muito longo.
Da mesma forma que a poesia, existe uma certa elegância ao escrever um conto: há espaço somente para o que é essencial. Um conto normalmente não tem mais do que 10.000 palavras. Se você já aparou o conto deixando somente o que é necessário, e ainda assim ele está muito longo, provavelmente você está lidando com algo maior.

3. São necessários muitos personagens para contar a história
Se o número de personagens em sua história torna-a confusa, verifique primeiro se algum deles pode ser eliminado ou combinado com algum outro. Se ainda assim forem necessários muitos personagens para contar a história, isso pode ser um sinal de que o seu enredo é para uma novela, não para um conto.

4. O tema, ou temas, não foram totalmente desenvolvidos
Se você está trabalhando com temas ao invés de um tema apenas, este pode ser um sinal de que você está ansioso por um formato mais generoso. Seja muito claro com o que você está tentando passar através da história, e se você está sendo ou não bem sucedido. O tema é muito grande para ser explorado em apenas 10.000 palavras?

5. A história abrange um grande período de tempo.
Although there are no hard and fast rules, a short story generally covers a brief period of time. With exceptions, most short stories cannot comfortably cover years of a character's life. If your plot involves an afternoon or a few hours, you're probably right to choose the story format. If your plot encompasses a year, or years, of people's lives, you've probably got a novel on your hands.

Embora não existam regras, um conto normalmente abrange um curto período de tempo. Com algumas exceções, alguns contos não conseguem cobrir confortavelmente anos da vida de um personagem. Se o seu enredo envolve uma tarde ou algumas horas, você provavelmente escolheu o formato certo. Se o seu enredo abrange um ano, ou anos, da vida dos personagens, você provavelmente tem uma novela em mãos.

6. Um de seus leitores disse que isso poderia ser uma novela.
Se alguém lhe disse: “Ei, eu gostaria de ler mais sobre isso aqui,” este é um bom sinal de que você topou com algum bom material. Antes de embarcar em algo que vá consumir seu tempo, você deve ter certeza de que você escolheu um tópico ou uma história que irá prender o interesse das pessoas. Isto não é algo fácil de alcançar, então, se você fizer isso, preste atenção.

7. Você não quer parar de trabalhar nele.
A coisa mais importante sobre escrever uma novela é que o material possa ter sua atenção pelo tempo que ela levará para ficar pronta. Se a idéia de viver com estas pessoas por mais tempo que um mês não lhe agrada, não se torture, não importa o que seus leitores digam. Por outro lado, se a história apenas aumentou o seu apetite, então continue trabalhando. Se você tiver sorte o suficiente para encontrar algo que o inspire desta forma, continue.

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Duas observações:
1. Apesar de falar, ler e escrever bem em inglês, eu sou péssimo para traduzir textos. Fiz um esforço fenomenal para conseguir obter o texto acima na nossa língua. Portanto, se vocês encontrarem alguma expressão ou frase que não faça sentido, me avisem, ou ignorem, ou pensem em um significado melhor.

2. Algumas definições (como por exemplo, aonde diz que o limite de um conto normalmente fica em 10.000 palavras) podem ser válidas e pertinentes ao mercado editorial norte americado e podem não fazer sentido ou ter um significado diferente aqui.

Uma contribuição e tanto Poleto, continue traduzindo que nós vamos aproveitando

Essa questão de um conto ir ficando longo demais e não conseguir terminar logo aconteceu comigo nos contos
( incompleto) Em Busca do Graal, que tenho esperança de um dia terminar...

Não sei organizar meu processo de criação, já perdi boas idéias e temas por não ser organizada, rs.. vou ver se aprendo a fazer isso...

Geralmente quando inicio um conto não sei absolutamente nada sobre ele. Um bom exemplo é meu conto O DEGHAMMON que estacionou na segunda parte e não foi concluido até hoje. Simplesmente não sei o que é o Dghammon. Ele nao é um mistério somente para quem lê; é para mim também! Rsrrsrsrs!

Quase tudo o que escrevo é assim, sem nenhum planejamento prévio. Vai saindo e pronto. Acho que somente meus contos maiores, os de lobisomem, possuem algum planejamento muito rápido.

Diferente do Afonso, uma vez que termino um conto, não volto mais nele.
Acho que é uma forma de eu ter, para mim, uma visão do meu estado de espírito e do meu amadurecimento quando escrevi o conto. Alguns contos meus, por mais que eu não tenha gostado, não são alterados.

Agora, enquanto está sendo escrito, eu volto várias vezes ao conto, as vezes ficam parados por meses até serem concluídos.

Meu caso é bem parecido com o do Afonso. Por mais estranho que pareça, ás vezes tenho alguma idéia para algum conto na hora do banho, ou depois de dormir, aí tenho de correr pra não perder a idéia principal.
Também prefiro rabiscar a sinopse das idéias aleatórias que tenho, e depois com o tempo consigo desenvolver a história, mas, em muitas vezes, a sinopse fica lá perdida sem que eu consiga dar um rumo a ela.

Continuando a nossa série de artigos mal-traduzidos-mas-com-boa-intenção, temos este - que é uma espécia de lista de verificação - citando os pontos mais comumente encontrados em histórias de terror (romances, diga-se de passagem).:

• Você iniciou com um prologo ou capítulo curto que provê uma rápida mas envolvente (e normalmente violento) visão do horror secreto que irá impulsionar a história?

• Entre os capítulo 1 e 5, você introduziu os personagens principais e seus problemas, e então colocou-os juntos com o horror?

• Seus capítulos do meio mostram um números crescente de eventos violentos/estranhos, que ameaçam os protagonistas e força-os a investigar e eventualmente enfrentar o horror que foi liberado?

• Se o ritmo permitir, você mostrou uma cena violenta para mostrar o horror em sua forma crua?

• O climax contém satisfação suficiente para o leitor? Quando as coisas vão de mal a pior para os protagonistas, com aparentemente nenhuma saída, no momento em que eles estão prestes a serem tomados pelo força superior do horror, algo acende neles a coragem, ingenuidade, imaginação, uma ferramenta ou peça de informação plantada anteriormente.

• Um curto capítulo final ou epílogo mostra que os personagens principais estão em paz, resumindo suas vidas normais, mas mudados para sempre pelo encontro com o mal. Mas você também deu a dica de que a vitória é temporária, e que o horror apenas voltou para esconder-se e renascer novamente algum dia, em uma possível sequência.

Nota: o autor deste artigo é um professor norte-americano, estudioso do nosso gênero, que ministra diversos cursos de escrita voltados para o gênero terror. Tem outros dois ou três artigos interessantes, que pretendo postar em breve.

Eu vi aqui tantas dicas legais e fiquei com ciúmes!
Na verdade eu não vou postar nehuma dica traduzida. Mas eu conheço um site (pra quem tem um certo domínio de inglês). O nome dele é writing.comhttp://www.writing.com/. Você pode se increver de graça e com isso receber NewsLetters no seu perfil nesse site. São de vários assunto, contos, poesias, terror, suspense e por aí vai!

Eu faço parte desse site e tenho lido várias coisas interessantes!

Vale a pena dar uma olhada!

Susana Lorena escreveu:Eu vi aqui tantas dicas legais e fiquei com ciúmes!
Na verdade eu não vou postar nehuma dica traduzida. Mas eu conheço um site (pra quem tem um certo domínio de inglês). O nome dele é writing.comhttp://www.writing.com/. Você pode se increver de graça e com isso receber NewsLetters no seu perfil nesse site. São de vários assunto, contos, poesias, terror, suspense e por aí vai!

Eu faço parte desse site e tenho lido várias coisas interessantes!

Vale a pena dar uma olhada!

Boa dica!

Olá

Sabe qual é o principal problema? É não entender mais que meia dúzia de palavras em inglês. Diferente do nosso grande Borges, é uma pena que vou ficar a ver navios nessa. Mas é uma ótima dica, Susana. De qualquer forma, obrigado. Serviria o chapéu se eu soubesse trinta por cento a mais de inglês.

Leonardo Nunes Nunes

Uso umas drogas poderosíssimas para auxiliar em minhas composições literárias. Drogas pesadíssimas: os jornais. tou brincando, o processo acho que depende de cada, escrever é uma coisa muito difícil.

(Vou falar algo que soará macabro por demais)
Hoje de manhã um sujeito, suicida, morreu nas estradas daqui da cidade onde moro - Passo Fundo - RS. O cara simplesmente jogou o carro em cima de um caminhão, os bombeiros demoraram seis horas para o "salvamento" - a pista ficou seis horas interditada; mas - acreditem - foi encontrado o camarada suicida dividido em três pedaços.

É mórbido. Mas serviu como inspiração, que está começando a tomar forma.
No fim, o Rogério tem um pouco de razão: a droga é o jornal, mesmo. Seja ele jornal de tv ou rádio.
A escrita depende de um fator: inspiração.


Abraços
LNN

seguidorlovecraft escreveu:(Vou falar algo que soará macabro por demais)
Hoje de manhã um sujeito, suicida, morreu nas estradas daqui da cidade onde moro - Passo Fundo - RS. O cara simplesmente jogou o carro em cima de um caminhão, os bombeiros demoraram seis horas para o "salvamento" - a pista ficou seis horas interditada; mas - acreditem - foi encontrado o camarada suicida dividido em três pedaços.

É mórbido. Mas serviu como inspiração, que está começando a tomar forma.
No fim, o Rogério tem um pouco de razão: a droga é o jornal, mesmo. Seja ele jornal de tv ou rádio.
A escrita depende de um fator: inspiração.


Abraços
LNN

Realmente, o mais assustador filme de terror é o Jornal da Noite; e o mais assustador livro é o Jornal diário.
E há quem reclame de filmes do gênero.

Não sendo exatamente uma resposta ao processo criativo, algumas músicas são inspiradoras... e certas imagens também.

Mas talvez a campeã seja mesmo a realidade. Aqui em MS, volta e meia são divulgados casos de canibalismo (!)....

Olha... que realidade mais morta essa (fazendo uma pequena alusão à música do Chico Buarque).

LNN

Obed, o amigo sintetizou bem ao tentar explicar como funciona o processo de criação.
Gostei disso.
De minha parte, entretanto, não sigo nenhum macete, digamos assim. Eu parto, na maioria das vezes, de um enredo, vou citar exemplo o meu mais novo conto que já está no final, e que em breve será publicado no sítio do amigo Barreto: o meu conto narra a prisão de alguém que, por um fatal engano, seja da polícia ou dos vizinhos, interpreta um conto de Poe em sua própria casa com muita paixão, com muito sentimento. Então os vizinhos pensam que ele realmente matou alguém. Assim vai.


É bom tê-lo em nossa necrópole.

Abraços
LNN

O processo de criação de um conto é um tanto complicado. Levando em consideração que temos de evitar ao máximo usar elementos de outras obras. Geralmente uso elementos da minha realidade para caracterizar personagens e cenários, pego vários aspectos, várias características de pessoas diferentes e as vou juntando para formar uma nova. O mesmo faço com os cenários.
Mas como elemento núcleo (pode ser o lugar em que se passa, um objeto ou até mesmo personagem) geralmente são baseados em sonhos, que acho interessante e os anoto ou faço o possível para não esquecer.

Não são macetes, mas esse meu método de produção de texto ajuda a se tornar mais rico e original.
Acredito que cada um tem seu próprio estilo, contudo umas dicas não fazem mal.

Abraço.

Jon Lima escreveu:O processo de criação de um conto é um tanto complicado. Levando em consideração que temos de evitar ao máximo usar elementos de outras obras. Geralmente uso elementos da minha realidade para caracterizar personagens e cenários, pego vários aspectos, várias características de pessoas diferentes e as vou juntando para formar uma nova. O mesmo faço com os cenários.
Mas como elemento núcleo (pode ser o lugar em que se passa, um objeto ou até mesmo personagem) geralmente são baseados em sonhos, que acho interessante e os anoto ou faço o possível para não esquecer.

Não são macetes, mas esse meu método de produção de texto ajuda a se tornar mais rico e original.
Acredito que cada um tem seu próprio estilo, contudo umas dicas não fazem mal.

Abraço.

Olá, Jon, bem-vindo ao Fórum.

Bem, eu também uso essa técnica de anotar sonhos e usa-los em contos.

Obrigado ^^
Espero ajudar e aprender coisas novas.
O Barreto me indicou esse fórum, achei bem legal e com certeza vou participar com frequencia.

Abraço

Bienvenido!!!

Sabe que ainda não consegui me focar para saber qual o meu processo criativo, sei lá...

Como o Afonso disse, às vezes tenho uma ótima idéia, mas não tenho tempo. Acho que generalizando, nenhum de nós tem. Aí então eu escrevo uma pequena sinopse que invariavelmente tem o final diferente do conto. Às vezes a idéia vem de súbito e sem criar uma sinopse, escrevo. Reviso na tela algumas vezes. Imprimo e reviso com a caneta, fazendo vários rabiscos e incluindo e excluindo frases ou palavras.

Vez em quando estou no trabalho e acende uma lâmpada sobre minha cabeça. Corro atrás de algum papel e escrevo o que pensei. Depois desenvolvo.

Quando alguns bons leitores me dão dicas, se achar conveniente eu altero os contos. Mas quando o dito cujo já está bem espalhado na rede não altero.

É claro que às vezes os leio muito depois de tê-los criado, e quase sempre encontro uma coisa que queria ter escrito diferente. Não se enganem, sempre acharemos. Mas escrever é estado de espírito. É como ler. Já leram um livro mais de uma vez? Cada vez que é lido você tira uma mensagem diferente. Isso é que é bacana no mundo das letras.

Escrevamos!