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2º EXERCÍCIO DE ELABORAÇÃO DE CONTOS À PARTIR DE IMAGENS

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2º EXERCÍCIO DE ELABORAÇÃO DE CONTOS À PARTIR DE IMAGENS - Página 2 Empty Re: 2º EXERCÍCIO DE ELABORAÇÃO DE CONTOS À PARTIR DE IMAGENS

Mensagem por Afonso Qua 22 Jul 2009 - 10:52

Senhores, estou de rápida passagem por aqui apenas para dizer que ontem e hoje as coisas estão muito corridas. Mas no final da tarde ou mais tardar amanhã estarei lendo os contos dos amigos. Fico cotente pelo sucesso deste segundo exercício. Em relação a imagem ainda estou batendo cabeça para ver o que vou conseguir!
Very Happy
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2º EXERCÍCIO DE ELABORAÇÃO DE CONTOS À PARTIR DE IMAGENS - Página 2 Empty Re: 2º EXERCÍCIO DE ELABORAÇÃO DE CONTOS À PARTIR DE IMAGENS

Mensagem por Tânia Souza Qua 22 Jul 2009 - 11:25

Sir Poleto, quando comecei a ler as primeiras linhas já sabia que viria algo fantástico, cruel. A imagem que construimos sobre escritor e os misterios da inspiração, tudo isso se renova de forma grandiosa no conto, então, quando o escritor não o é, é apenas o canal para algo nefasto e sombrio, prisioneiro de si próprio, caramba, bem inspirado. Parabéns!!!!!
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Mensagem por Barreto Qua 22 Jul 2009 - 19:56

Amigos, após chafurdar em meus pensamentos lamaçentos, escrevi meu "contículo".

O AVEJÃO


O local não fora escolhido a esmo. A escolha havia sido feita há dois dias. O ancião passou direto pela recepção e subiu as escadas. Movia-se lentamente. A perna direita, mirrada que era, fazia-o claudicar. O homem parecia estar resignado com sua incapacidade física. Mas seu rosto denotava um sofrimento contido, reprimido. Entrara na pensão mais imunda que achara. Não era falta de dinheiro. Era falta de coragem. O quarto era miserável; exatamente o que procurava. Achara, há dois dias, o que procurava há semanas. Nem tocara no interruptor de luz. Queria habitar a escuridão.

Havia acendido uma vela e, sofregamente, arrastado a mesa para perto de uma janela. Sentara e pensara em escrever uma missiva que explicasse todo o ocorrido; a explicação do médico sobre o câncer de pulmão; as reduzidas chances de cura, as hediondas dores oriundas do tumor maligno, enfim... relatar os pormenores. Mas havia se detido no destinatário. “Quem seria o destinatário?” – ele falara com voz rouquenha enquanto equilibrava o cigarro nos lábios murchos.

Abandou tudo e regressou à rua. Ganhou a noite. Iria pensar em alguém. Antes, porém, colocara algumas folhas sob o rústico castiçal, na velha mesa. Precisaria da ínfima iluminação de uma vela para relatar os fatos. Assim, os transeuntes do corredor e da rua não desconfiariam de nada.

(...)


Quando retornou ao quarto, viu a mesa que deixara antes de sair, a forma trapezoidal que ainda suportava a delgada vela, a única luz viva no cômodo. A cera quente já havia gotejado algumas vezes no papel. O resto era somente o mais escuro dos breus. À luz da vela seria melhor, mais assustador para outrem. O impacto visual seria ótimo.

Regressara com um destinatário em mente. Poderia ser o tetraplégico que vira sendo carregado numa cadeira especial por um auxiliar de enfermagem. Havia feito amizade com Julius, o auxiliar. Então soubera que o doente chamava-se Alex e vivia em companhia de uma irmã e um cunhado. Poderia ser o próprio auxiliar de enfermagem, Julius. Poderia ser o recepcionista que traficava maconha e cocaína na recepção da lúgubre pensão, na calada da noite. Poderia ser qualquer um. Então, o destinatário seria: “Ao primeiro chegar”.

O velho Elliot permanecera parado, junto à mesa, por muitos minutos. Achou deveras estranho ainda não ter sentido as terríveis dores no estômago. As dores que, com certeza, precederiam o óbito. Caminhou na escuridão como um ser fantasmagórico. Subitamente, percebeu que não mancava mais.

Sentiu-se rejuvenescido. Tentou segurar a caneta e deixar os detalhes de seu sofrimento registrados, mas sua mão trespassara a antiga mesa. Um vento soprou e as folhas farfalharam sob a candeia. Sombras zombeteiras bailaram ao fundo. Em vão, quis agarrar a candeia que suportava a vela para iluminar a janela e ver a origem daquele minuano, já que a noite estava parada sem nenhuma corrente de ar. Sua mão também não conseguira segurar aquilo que iluminava debilmente o local.

Para sua completa incredulidade, percebera que atravessara a mesa como um espectro medonho. Era um avejão atormentado pela consciência imorredoura que não se esvaiu com a extinção de seu corpo físico.

Na malograda réstia de luz da vela, viu seu corpo estirado no chão. Os cabelos espalhados no solo carcomido por cupins. As mãos crispadas em razão da pungente dor que o arsênico trouxera minutos após sua ingestão.

Depois, com a boca aberta e as mãos espalmadas, recuou de horror. Algo tão anoso como o próprio mundo ofereceu-se pela quadrática janela. Os sons de ossos contra ossos foram ouvidos pelo espírito do velho Elliot. A bruma assustadora chegou rápida e decidida. Um sem-número de rostos antigos vieram apensados à nuvem fantasmagórica. Elliot, o avejão, tentou precipitar-se pela porta. Mas foi acossado pelo inesperado visitante.

Quando se virou, viu uma massa informe extorquindo-o paulatinamente pela perna direita que outrora era mirrada.
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Mensagem por Barreto Qua 22 Jul 2009 - 19:59

Depois volto com mais calma para comentar os contos dos irmãos!

Abraços
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Mensagem por Victor Qui 23 Jul 2009 - 9:13

Barreto, que conto magistral! Meu caro, estou envergonhado pelas linhas do meu "Ao parte". Espetacular!
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Mensagem por Flávio de Souza Qui 23 Jul 2009 - 13:22

Barreto, excelente conto! Linhas compostas com maestria através de palavras requintadas que nos transportam a vivenciar o drama da personagem nos instantes finais da vida e nos iniciais além dela. Parabéns mesmo, Flávio.
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Mensagem por Afonso Qui 23 Jul 2009 - 13:26

Senhores, posto aqui meus comentários sobres os contos que já li. Ainda falta ler os textos do Poleto e do Barreto, mas logo, logo, eu o farei! Este tipo de exercício realmente é muito interessante e motivador porque conseguiu destravar os dois amigos que faziam tempo não que escreviam mais! Que bom!


Celly ( O contador )
Celly, a história do homem que caiu no “engodo” de oferecer a mão ao “estranho” como um pacto irreversível de contar as almas em trânsito foi muito inteligente e criativa. Texto limpo, objetivo, que flui rápido, como bem disse o Poleto. Acredito que cada vez mais seus textos estão sendo burilados com mais recursos narrativos. Gostei do conto! Parabéns!

Victor Meloni( Ao Par )
Victor, com seu estilo rebuscado, cheio de nuances complexas da diversidade farta dos vocábulos incomuns nos desafiando sempre a cognição para entender onde se quer chegar. Confesso que ainda continuo meio atarantado com tanto palavreio, meu bom, mas respeito ( admirado ) a linguagem aprimorada do amigo!

Henry Evaristo( EU REUNO AS FORÇAS DOS ABISMOS! )
A conhecida, estilosa e ordenada escrita do Henry já dispensa comentários porque todos nós já a conhecemos e, não cabe aqui, ficar chovendo no molhado. Vamos, então, ao recurso empregado para aproveitar a figura. O nobre acreano, de fato, se aproveitou bem da imagem para criar um clima aparatoso e magnificente da investidura de uma legião de demônios sobre a terra. Deu mostras visuais do “imbróglio” demoníaco que antes de partir para devastar a humanidade, passeou e refestelou-se dentro dos cômodos da casa. Coisas triviais para depois expressar o furor apocalíptico! Só espero que meu irmão, que é evangélico, não se meta a vasculhar o meu histórico na Internet para saber por onde ando... ( rs, rs, rs ) ele vai ficar chocado! Diria ele: “Misericórdia senhor, isto é um apocalipse demoníaco que se prenuncia em forma de literatura! Vá de retrum satanás!!!!”


Lino França Jr. - ( Contrição Tardia )
Lino, texto bem amarrado, seguindo uma linha crescente, preparando os entrechos para o final revelador da entidade demoníaca ansiosa por ver consumar-se o suicídio do homem desesperado! Muito bom. O clima sombrio da vela bruxuleante dentro do quarto, a presença narrativa constante da arma, oferecendo uma âncora segura para leitor se deparar com o final em que esta assume a intenção das forças ocultas que espreitam o pobre homem no quarto. Um conjunto consistente de se ler. Parabéns, meu bom!

Parabéns a todos!!!
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Mensagem por Barreto Qui 23 Jul 2009 - 13:34

Flávio, teu conto está ótimo. Digno de um escritor realmente de terror. Parabéns!!!

Victor, não há que ter vergonha. Sua contribuição está de primeira linha. Pequena e poderosa. Inclusive, em breve publicarei Celeuma no AB. Ótimo conto, também.

Aos outros amigos, Henry, Luiz, Lino e Celly: ótimas contribuições. Muitas congratulações a vocês.

O nível está altíssimo mesmo.

Amigos, estou com dores no corpo e febre. Espero que não seja a gripe suína. Tomara que seja a gripe humana mesmo.

Minhas mãos estão frias e trêmulas.

Abraços.
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Mensagem por seguidorlovecraft Qui 23 Jul 2009 - 13:54

Boa tarde.
Prometo a todos que lerei os textos até esse final de semana. Prometo, ainda, participar desse segundo exercício até domingo, anexando um novo conto meu.

Barreto, eu também estou preocupado. Aqui em Passo fundo a cada dia é noticiado que a morte de uma nova pessoa é (ou tem todas as características de ser) devido a nova gripe. Caramba, dá até medo de sair na rua: vai saber quem é o indivíduo ao teu lado, no ônibus, está ou não gripado com essa influenza A.

Abraços
LNN
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Mensagem por seguidorlovecraft Qui 23 Jul 2009 - 14:41

Amigos, terminei de ler agora o conto do amigo Poleto, "A canção de Leonildo".
Simplesmente uma obra-prima! Além, é claro, de ter captado direito o que a imagem passa.
GENIAL!
Obrigado, outrossim, por tê-lo dedicado a mim. Sinto-me deveras honrado, sem dúvida nenhuma.

Abraços
Leonardo Nunes Nunes

ps: lerei até o final de semana os contos dos amigos. Prometo!
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Mensagem por Obed de Faria Junior Qui 23 Jul 2009 - 14:51

Estou lendo tudo que foi postado... bem devagar! São muitos estilos diferentes e, obviamente, todos bons demais. Aliás, quanto mais eu leio, mais fico preocupado em querer postar alguma coisa. Como acompanhar tantos talentos?

De qualquer forma, os comentários aos textos dos que já postaram pretendo fazer no final de semana. Eu mesmo postar alguma coisa vai depender da minha capacidade de enfrentar um tal desafio.

Grande abraço a todos!
Obed de Faria Junior
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Mensagem por Victor Qui 23 Jul 2009 - 14:54

Afonso e Barreto, obrigado pelos comentários. Sempre, mesmo, é gratificante ter escritores como vcs (todos) aqui do fórum avaliando minha petulante tentativa de chafurdar no universo fantástico das linhas sobrenaturais! Valeu mesmo!
Espero, aliás esperamos, que a gripe H1N1 não tenha lhe afetado, Barreto.
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Mensagem por Victor Qui 23 Jul 2009 - 14:59

Léo, até mesmo na pacata Não-Me-Toque já temos um caso confirmado desta gripe! Acho que vou escrever algo antes do fim do mundo! Ah! Lavem as mãos 10 vezes ao dia, usem alcool gel para desinfetar superficies, não compartilhem talheres e coisas do gênero, não permaneçam num ambiente fechado onde se encontram 7, ou mais pessoas, protejam a boca qdo tossirem ou espirrarem, usem mascara e a troquem a cada 2 horas, enfim, detalhes simples (?) que ajudam bastante, de acordo com os especialistas, para barrar o avanço do vírus. Abração, galera!
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Mensagem por Victor Qui 23 Jul 2009 - 15:02

Obed de Faria Junior escreveu:Estou lendo tudo que foi postado... bem devagar! São muitos estilos diferentes e, obviamente, todos bons demais. Aliás, quanto mais eu leio, mais fico preocupado em querer postar alguma coisa. Como acompanhar tantos talentos?

De qualquer forma, os comentários aos textos dos que já postaram pretendo fazer no final de semana. Eu mesmo postar alguma coisa vai depender da minha capacidade de enfrentar um tal desafio.

Grande abraço a todos!

Obed, certeza que tu dará conta do desafio! Esperamos sua sombria contribuição!
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Mensagem por Henry Evaristo Qui 23 Jul 2009 - 15:46

Amigos, mais uma vez nosso exercício de contos demonstra nossa razão de ser. Parabens a todos! Agradeço imensamente os comentários sobre o meu conto, e mais uma vez reafirmo meu orgulho para com nosso grupo.

E que venham mais contos. Ainda temos vários dias de prazo.
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Mensagem por Poleto Qui 23 Jul 2009 - 15:47

Depois de ouvir esses comentários, vindo de escritores do porte de vocês, me sinto até um escritor de verdade! Smile

Eu não tinha comentado antes, mas os contos do Lino e do Henry são deliciosos de se ler, assim com o do mestre Barreto!

Obed, é claro que você dá conta do desafio!
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Mensagem por Obed de Faria Junior Qui 23 Jul 2009 - 23:14

A remição das dívidas


Amador puxou da estante uma das grossas brochuras que, já fazia anos, lá ficavam enfileiradas. Em suas bordas podia-se ler com letras cuidadosamente desenhadas em destaque o fim a que cada um dos volumes destinava-se: “Dívidas em Aberto”, “Dívidas Quitadas” e “Remição por Morte”.

Era ele um velho usurário, que, ao longo de décadas, enriquecera às custas da exploração dos menos favorecidos. Controlava cada centavo apontando, dia após dia, os movimentos de recursos e a evolução dos juros, que de forma vertiginosa eram acrescidos, linha a linha. As dívidas em curso eram as que, obviamente, encontravam-se ativas e orientavam as ostensivas cobranças feitas rotineiramente perante os incautos devedores. Aquelas que, enfim, conseguiram ser quitadas, certamente o foram com o sacrifício do trabalho, das economias ou do patrimônio de alguém.

A despeito dos rígidos termos firmados por cada um dos devedores, quando da tomada de empréstimos, a cláusula que estipulava que em caso de morte o saldo deveria ser honrado pelos sucessores raramente era respeitada. Afinal, com a morte de um devedor, em face dos juros extorsivos praticados naquelas operações, muito pouco restava a seus herdeiros que não um cenário de devastação e ruína familiares e, assim, de pouco adiantava exigir a liquidação dos débitos deixados pelos recém-defuntos. Nesses casos, havia a chamada “remição por morte”, quando o saldo era simplesmente posto de lado pela inviabilidade de sua cobrança.

Ou seja, jamais havia o perdão de dívidas, mesmo diante da fatalidade do óbito de algum devedor. As suspensões dos débitos davam-se por absoluta falta de condições de serem cobrados. Mesmo assim, ele transferia as anotações para aquele volume de seus registros porque, dessa forma, contabilizava os montantes que deixara de receber na esperança de que, eventualmente, algum dia pudessem ser ressuscitados perante algum herdeiro que lograsse recuperar-se na vida. Porém, mesmo que isso jamais viesse a ocorrer, invariavelmente o usurário já havia se apossado de tantas vantagens do devedor, quando ainda vivo, que não era comum apurar-se algum prejuízo de fato.

Naquela noite, o avarento ancião estava justamente transpondo para os registros de “Remição por Morte” os saldos de Aníbal Furtado, um pequeno comerciante que falecera na tarde daquele dia. Enquanto rabiscava os números nas folhas já amarrotadas de tanto manuseio ao longo de anos, ficava imaginando se deveria ou não procurar a família em busca do que era “seu”. Assim, enquanto matutava de olhos fechados, por instantes pendeu a cabeça à frente, como que num cochilo repentino.

Ele, contudo, reabriu os olhos ao notar no solitário e vetusto recinto de seu quarto um gemido dolente. Por alguns instantes demorou a localizar a origem do lamento, até que, num canto atrás da cama vislumbrou o vulto do comerciante cuja morte lhe fora noticiada há pouco. Apavorado, pensou consigo mesmo: “Mas que coisa! Agora estou a ver fantasmas em minha casa!!!”

– Vai-te daqui, alma penada! – esbravejou tentando espantar a aparição.

– Não! Não posso... – respondeu o choroso espectro – Daqui só saio quando tomares registro em teu livro de todo mal que me causaste em vida e, ainda, após sofreres todas as dores e angústias que me impuseste com tua cruel avareza. Daqui não arredo pé até que tenhas expiado tudo quanto me propiciaste de desespero e miséria.

– Estás a falar bobagens, criatura do além – retrucou Amador – Vai-te ao inferno que por lá devem estar te esperando. Que tenho eu a ver com tuas desgraças pessoais? Vieste me procurar em busca de socorro financeiro e eu assim o concedi. Que mais poderia fazer, a não ser cobrar-te pelo favor que te prestei? – emendou com ares de santidade.

– Favor?! Favor?! – ironizou a alma de Aníbal – Os juros que me impuseste cada vez de forma mais aguda levaram-me à ruína. Meu negócio faliu e minha família foi deixada na miséria. E nada disso te tocou e sempre me exigiste mais e mais. Eu mesmo deixei a vida terrena por falta de condições para um tratamento médico decente.

¬ Pois bem! Estou cá, justamente, anotando tua dívida como remida. Nada mais será exigido de teus herdeiros.

Nesse instante, um cheiro de enxofre invadiu o cômodo. Por detrás de uma nuvem de fumaça surgiu macabra e chifruda figura que lançou furiosos olhos vermelhos sobre Amador.

– Cala-te, desgraçado! – disse o demoníaco ser ao velho assustado – Obedece ao que te comandou a alma infeliz que para cá encaminhei.

– Ora! Isso só pode ser um pesadelo. Devo ter adormecido enquanto escrevia e, daqui a pouco, hei de despertar desta insana e ridícula situação – desdenhou Amador.

– Tu não adormeceste, oh boçal criatura – redarguiu a diabólica entidade - Morreste sentado contando tua riqueza. A mim cabe impor-te uma pena que possa compensar todo mal que fizeste aos teus semelhantes com tua avareza e cupidez.

– E... – De repente, Amador ficou sem fala.

– Foi como explicou-te Aníbal: tu irás anotar em teu livro cada uma das terríveis angústias e tristes vicissitudes que lhe causaste. Irás sofrer em teu coração os mesmos desesperos e assim, quando tiveres colhido todo o relato, talvez teus pecados sejam tidos por expiados e eu não te mande diretamente para queimar nas profundas.

Ainda atônito e sem saber ao certo como reagir a tudo aquilo, Amador acabou por acatar o que lhe fora dito e, assim, começou a anotar naquele mesmo livro cada palavra que Aníbal lhe ditava. Ficou ali, por horas a fio, escrevendo e chorando, contorcendo-se por dentro a cada relato condoído que o espírito expunha, decorrência das mazelas causadas pela ruína que lhe fora imposta pelo usurário.

Findas aquelas horas de tortura, Aníbal deu sua narrativa por concluída e, da mesma forma repentina como surgira, evaporou em pleno ar. Aliviado, Amador conclamou o sombrio verdugo que lhe havia imposto aquela pena, para cobrar a quitação de sua própria dívida, como lhe fora prometido.

– Estás a me chamar? – vociferou a horrenda criatura, surgindo novamente de inopino.

– Já terminei minha tarefa. Agora, libera-me desta angústia que ficou impregnada em meu peito – suplicou Amador.

– Tu estás longe, muito longe, de ver teu castigo cumprido. Toma teus livros e folheia-os. Vê cada um dos nomes que anotaste ao longo das décadas em que enriqueceste, oh infeliz!

Nesse ponto, começaram a adentrar, às dezenas, as almas de todos aqueles que haviam padecido sob as cruéis condições impostas por Amador ao longo do tempo.

– Estes são os espíritos de teus devedores que já morreram. Ainda há os que deixaste para trás em vida. Algum dia, também irão passar para o lado dos mortos. Quando terminares de transcrever nesses teus livros o relato do último e, assim, tiveres derramado a derradeira lágrima em paga das que causaste, volta a me convocar... Daí, só então, tornarei a pensar no teu caso!
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Mensagem por Victor Sex 24 Jul 2009 - 9:04

Obed, de alguma forma, lembrei-me de Crime e Castigo, poderoso romance de Dostoiévski. A luta de Rodion com aquilo que considerava certo ou errado, os tormentos que passou em função do embate vivido em sua consciência. Amador me pareceu bem perto disto tudo, ao final. Com uma diferença básica: no romance russo, a personagem não enfrentou, literalmente, o portador da luz! Excelente, meu caro Obed!
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Mensagem por Flávio de Souza Sex 24 Jul 2009 - 9:07

Olá Obed! Aterrador castigo imposto em vida àquele que teve como meta torturar os desfavorecidos. Acredito que o demônio aguardará ansiosamente pela chegada da alma do avarento homem. Ótimo conto, parabéns! Flávio.
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Mensagem por Lino França Jr. Sex 24 Jul 2009 - 17:01

Caros, terminei de ler os últimos três contos postados. Poleto, Barreto e Obed conseguiram escrever excelentes contos também, como já disseram os demais, e como é bom saber que este grupo é capaz de ter visões variadas sobre uma mesma imagem, e o melhor, criar textos com tamanha qualidade. Parabéns à todos.
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Mensagem por Barreto Sex 24 Jul 2009 - 17:34

Obrigado pelo comentário positivo, Lino.

Vejam vocês... o Obed falou que talvez não iria conseguir. E nos mostra este ótimo texto? Vou fingir que nem li sua frase, Obed! rsrsrsrsrs

Estão todos de parabéns. Nível elevadíssimo!!!!

Aonde está o Barão? Nosso irmão integrante do Baronato Baiano tem de dar sua contribuição!!!!!

E o Afonso?

Tremei, páginas deste fórum, Afonso e Paulo ainda publicarão seus textos!!!!!

Abraços
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2º EXERCÍCIO DE ELABORAÇÃO DE CONTOS À PARTIR DE IMAGENS - Página 2 Empty Re: 2º EXERCÍCIO DE ELABORAÇÃO DE CONTOS À PARTIR DE IMAGENS

Mensagem por Afonso Sáb 25 Jul 2009 - 1:00

Poleto - ( A canção de Leonildo ) - Congratulações pelo belo conto, meu bom. É interessante notar que neste teu texto não aparece explicitamente ( em termos descritivos ) a confusão de demônios que pairam sobre a cabeça do personagem. A discreta referência fica implícita na frase “ao entrar no quarto, senti uma estranha presença, mas não era capaz de ver nada.” A imagem portanto acaba complementado aquilo que nós leitores podemos ver, o personagem, não. Por outro lado, mesmo aquele que venha a ter a grata satisfação de ler o conto desvinculado da imagem, mesmo assim, a imaginação de cada qual pode bem dar conta do recado por todo o clima desenvolvido: a luz violeta, os olhos da mesma cor, a canção misteriosa, enfim... com imagem ou sem ficou show de bola. Só temos a agradecer pelo esforço de contribuir com o exercício meteórico, haja visto o trabalho que o site da ABET tem lhe tomado de seu precioso tempo.

Barreto - ( O AVEJÃO ) - Outro conto que não fica devendo nada aos demais, nos contando a história de um homem atormentado pela morte anunciada de uma doença sem cura da qual ele mesmo trata de apressar o final ( que desconhecemos até a última cena). Bem narrado e estabelecendo um aspecto intrigante no meio do texto, em que já, macacos velhos que somos, sabemos que o cara morreu, mas da forma como se deu a morte é o arremate bem bolado que fecha a história. Parabéns, amigo!

Obed - ( A remição das dívidas ) - Que bom que você resolveu participar do exercício, mesmo afirmando não ser o gênero terror o seu forte em termos literários, mas o importante é se adaptar, não é mesmo? Conto interessante, bem escrito, os diálogos dentro do estilo clássico, e uma visão pouco comum de um demônio justiceiro as avessas que devia era de congratular o Amador por causar tanto mal aos outros. Parabéns, meu bom! E que você venha a participar mais vezes de outros exercícios, quem sabe nós não o arrestemo definitivamente para o lado negra da força ( rs, rs, rs )
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Mensagem por Afonso Sáb 25 Jul 2009 - 1:06

Barreto escreveu:

E o Afonso?

Tremei, páginas deste fórum, Afonso e Paulo ainda publicarão seus textos!!!!!

Abraços

Barreto, vou publicar sim, hoje é que me caiu a idéia, só falta desenvolver no papel!!! Quero ver se antes de 4ª feira eu já posto aqui no forum! Very Happy
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2º EXERCÍCIO DE ELABORAÇÃO DE CONTOS À PARTIR DE IMAGENS - Página 2 Empty Re: 2º EXERCÍCIO DE ELABORAÇÃO DE CONTOS À PARTIR DE IMAGENS

Mensagem por seguidorlovecraft Sáb 25 Jul 2009 - 1:16

Também pretendo escrever algo sobre.
Mas acho que hoje não estou muito legal para isso.
Fiquei nervoso com alguns problemas aqui de casa e também não vou conseguir dormir tão cedo hoje.

Acho que domingo escreverei algo.
E lerei todos os textos, também.

LNN
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2º EXERCÍCIO DE ELABORAÇÃO DE CONTOS À PARTIR DE IMAGENS - Página 2 Empty Re: 2º EXERCÍCIO DE ELABORAÇÃO DE CONTOS À PARTIR DE IMAGENS

Mensagem por Celly Borges Dom 26 Jul 2009 - 17:17

Barreto escreveu:Obrigado pelo comentário positivo, Lino.

Vejam vocês... o Obed falou que talvez não iria conseguir. E nos mostra este ótimo texto? Vou fingir que nem li sua frase, Obed! rsrsrsrsrs

Estão todos de parabéns. Nível elevadíssimo!!!!

Aonde está o Barão? Nosso irmão integrante do Baronato Baiano tem de dar sua contribuição!!!!!

E o Afonso?

Tremei, páginas deste fórum, Afonso e Paulo ainda publicarão seus textos!!!!!

Abraços

Beeem, veio uma alma de outro mundo e me avisou que vc esqueceu de citar a Tânia, ela não escreveu o conto ainda!
E o André também não!

Gente estão todos ótimos, os contos, parabéns, de novo!

Estou meio sumida daqui, mas venho ler todo mundo e o que falam. hihihi
alien
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